Tudo bem, falar que se arrependeu do que deixou de fazer, tem uma certa nostalgia.
Remete a um momento de decisão, sei lá.
Mas, e aquela desatenção a um filho, a família (pai e mãe) e de não anotar na agenda o dia do dentista?
Seu filho precisou de você naquela hora, seu pai ou sua mãe te esperaram naquela hora e o dentista também.
E depois de saber disso? Você não se arrependeu de ter falhado? Ora, ora.
E a quantidade de calorias que a gente empurra pra dentro num só dia? E aquela bolsa cara que você comprou num momento de ansiedade, e depois chegou a fatura do cartão? E o que disse ao marido nos dias de TPM? (aí é complicado), de não ter ido visitar aquela tia no hospital pra ir tomar um café com as amigas novas? ultrapassar o sinal vermelho, jogar lixo na rua... Ah! ficaria sem espaço em três calçadas da Sé.
Somos perfeitos então?? Fazemos tuuuudo certo, então?
Me diga aí, que eu vou pensar que morri e que estou no céu.
Isso não existe. Não arrepender-se não existe.
Desde a hora que acordamos até a hora de irmos dormir, com toda certeza fizemos algo que se for analizar, não faríamos novamente, ou o contrário. É natural, é humano.
O que leva uma pessoa a dizer isso e sustentar? Orgulho? egoísmo? ou falta do que falar?
Juro que não sei.
Mas, sei de uma coisa: Eu sou viciada em arrependimento...
Por que minto, falho, desorganizo, mudo, xingo, perturbo, falto, jogo...
E será assim a minha vida toda.
Cris.
